segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Tempos de deserto.

Ultimamente não tem sido nada fácil para mim.
Dia 13/01 perdi meu primeiro líder de célula, líder de louvor e amigo Paulo Calebe. Até aquele dia 2010 estava intenso para mim; expectativa quanto a aprovação das escolas técnicas, vida intensa com Deus. Mas infelizmente esse dia chegou, e me abalou profundamente, aliás não só a mim, como a toda igreja Edificando em Cristo.

Depois desse triste fato, comecei a verdadeiramente valorizar minha amizades, amar o próximo como a mim mesmo e principalmente buscar a Deus verdadeiramente.
Porém, com a convivência desse mundo, o fogo por Deus foi se apagando, e minha carne foi interferindo meu relacionamento com Deus.
Depois disso, tempos de deserto começaram a surgir em minha vida particular e espiritual. Problemas, problemas, solidão. Isso era o que vivia. Não entendia o porque passava aquilo, até que veio em mente: "Tempos de deserto são tempos de transformação de carater.". Isso é o que eu vivo hj. Tranformação. Porém a tranformação só vem pelo Filho, e o Filho só só transforma se vc permitir. Aí que a chapa esquenta..., aí que entra o lance de morrer para suas vontades e viver a vontade Dele.
Esse é o mal de muitos cristãos, inclusive o meu, o comodismo, evitar a renuncia..., mas realmente não a vida sem morte.

Que possamos nos esforçar, e deixarmos ser levados pela Vontadade Dele! Lembre-se: "Tempos de deserto são tempos de transformação de carater". Permita essa tranformação.
Abrçs.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Texto Descritivo

O que é descrição?



A descrição é um texto, literário ou não, em que predominam verbos de estado e adjetivos que caracterizam pessoas, ambientes e objetos. É muito raro encontrarmos um texto exclusivamente descritivo.

Quase sempre a descrição vem mesclada a outras modalidades, caracterizando uma personagem, detalhando um cenário, um ambiente ou paisagem, dentro de um romance, conto, crônica ou novela.

Então, sempre que você expõe com detalhes um objeto, uma pessoa ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição.

Assim, para se fazer uma boa descrição, não é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do observador varia de acordo com seu grau de percepção.

Dessa forma, o que será importante ser analisado para um, não será para outro.

Descrição objetiva: acontece quando o que é descrito apresenta-se de forma direta, simples, concreta, como realmente é:

a) O objeto tem 3 metros de diâmetro, é cinza claro, pesa 1 tonelada e será utilizado na fabricação de fraldas descartáveis.

b) Ana tem 1,80, pele morena, olhos castanhos claros, cabelos castanhos escuros e lisos e pesa 65 kg. É modelo desde os 15 anos. 

Descrição subjetiva: ocorre quando há emoção por parte de quem descreve:

 a) Era doce, calma e respeitava muito aos pais. Porém, comigo, não tinha pudores: era arisca e maliciosa, mas isso não me incomodava.

 Portanto, na descrição subjetiva há interferência emocional por parte do interlocutor a respeito do que observa, analisa.

Algumas das características que marcam o texto descritivo são:

•presença de substantivo, que identifica o que está sendo descrito.

•adjetivos e locuções adjetivas.

•presença de verbos de ligação.

•há predominância do predicado verbal, devido aos verbos de ligação e aos adjetivos.

•emprego de metáforas e comparações, para auxiliar na “visualização” das características que se deseja descrever.




O que se descreve ?


Podemos descrever o que vemos (aquilo que está próxima), o que imaginamos (aquilo que conhecemos mas não está próximo no momento da descrição) ou o que nossa imaginação cria, qualquer entidade inventada: um ser extraterreno, uma mulher que você nunca viu, uma futurista, um aparelho inovador etc.


Como se descreve ?

De acordo com os objetivos de quem escreve, a descrição pode privilegiar diferentes aspectos:


• pormenorização – corresponde a uma persistência na caracterização de detalhes;

• dinamização – é a captação dos movimentos de objetivos e seres;

• impressão – são os filtros da subjetividade, da atividade psicológica, interpretando os elementos observados.

Exemplos:

A casa materna
Há, desde a entrada, um sentimento de tempo na casa materna. As grades do portão têm uma velha ferrugem e trinco se oculta num lugar que só a mão filial conhece. O jardim pequeno parece mais verde e úmido que os demais, com suas plantas, tinhorões a samambaias que a mão filial, fiel a um gesto de infância, desfolha ao longo da haste.
É sempre quieta a casa materna, mesmo aos domingos, quando as mãos filiais se pousam sobre a mesa farta de almoço, repetindo uma antiga imagem. Há um tradicional silêncio em suas salas e um dorido repouso em suas poltronas. O assoalho encerado, sobre o qual ainda escorrega o fantasma da cachorrinha preta, guarda as mesmas manchas e o mesmo taco solto de outras primaveras. As coisas vivem como em prece, nos mesmos lugares onde as situaram as mãos maternas quando eram moças e lisas. Rostos irmãos se olham dos porta-retratos, a se amarem e compreenderem mudamente. O piano fechado, com uma longa tira de flanela sobre as teclas, repete ainda passadas valsas, de quando as mãos maternas careciam sonhar.
A casa materna é o espelho de outras, em pequenas coisas que o olhar filial admirava ao tempo que tudo era belo: o licoreiro magro, a bandeja triste, o absurdo bibelô. E tem um corredor à escuta de cujo teto à noite pende uma luz morta, com negras aberturas para quartos cheios de sombras. Na estante, junto à escada, há um tesouro da juventude com o dorso puído de tato e de tempo. Foi ali que o olhar filial primeiro viu a forma gráfica de algo que passaria a ser para ele a forma suprema de beleza: o verso.
Na escada há o degrau que estala e anuncia aos ouvidos maternos a presença dos passos filiais. Pois a casa materna se divide em dois mundos: o térreo, onde se processa a vida presente, e o de cima, onde vive a memória. Embaixo há sempre coisas fabulosas na geladeira e no armário da copa: roquefort amassado, ovos frescos, mangas espadas, untuosas compotas, bolos de chocolate, biscoito de araruta – pois não há lugar mais ´propício do que a casa materna para uma boa ceia noturna . E porque é uma casa velha, há sempre uma barata que aparece e é morta com uma repugnância que vem de longe. Em cima ficaram guardados antigos, os livros que lembram a infância, o pequeno oratório em frente ao qual ninguém, a não ser a figura materna, sabe por que queima, às vezes, uma vela votiva. E a cama onde a figura paterna repousava de sua agitação diurna. Hoje, vazia.
A imagem paterna persiste no interior da casa materna. Seu violão dorme encostado junto à vitrola. Seu corpo como se marca ainda na velha poltrona da sala e como se pode ouvir ainda o brando ronco de sua sesta dominical. Ausente para sempre da casa, a figura paterna parece mergulhá-la docemente na eternidade, enquanto as mãos maternas se faziam mais lentas e mãos filiais mais unidas em torno da grande mesa, onde já vibram também vozes infantis. (Vinícius de Morais)